“Meu cabelo é bom! Ruim é o racismo!”

25 de julho – Dia internacional da mulher afro-latina-americana e caribenha – Lançamento da Campanha Pelo Fim da Violência contra as Mulheres Negras

O dia será marcado em Belém com várias atividades com direito à manifestação em via pública, cineclube e roda de conversa, com foco na violência doméstica e com o racismo no cotidiano da mulher negra.

Uma vasta programação agitará a capital paraense nesse 25 de julho. Pela manhã, a Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB e o Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense – FMAP lançam a Campanha Nacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres Negras com o foco no racismo. A campanha será lançada em várias capitais brasileiras e em Belém, inicia às 10h30 com um “Cabelaço Feminista”, uma ação de rua com performance no Pátio Belém e concentração em frente ao shopping.

O termo cabelaço não é toa, porque a campanha nacional tem como foco a valorização do cabelo “negro”, “afro”, “crespo”, que é objeto da discriminação, aliás, uma das formas mais cruéis do racismo, sofrida pelas mulheres negras desde a infância. “Meu cabelo é bom! Ruim é o racismo!”, é um dos lemas da campanha.

À tarde, a partir das 15 horas, a programação continua, mas desta vez no Instituto de Artes do Pará (IAP). Será exibido o curta brasileiro “CAROLINA”, de Jeferson Brasil, 2003. (15 min.), uma denúncia contra a miséria em que, ainda, se encontram milhões de mulheres negras.
Após o filme haverá uma roda de debates entre as participantes e dois momentos políticos importantes o “Lançamento da Carta de Incidência Política, do CEDENPA”; e o lançamento formal da “Campanha da Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB, “Pelo fim da violência contra a Mulher Negra”.

Sobre o 25 de julho – Em 1992, na República Dominicana, cerca de 400 mulheres negras do mundo inteiro, reunidas para o 1º. Encontro de Mulheres Negras da América Latina e caribe firmaram o 25 de julho como o Dia da Mulher Negra da América Latina e Caribe, a ser celebrado em clima de reflexão, luta e festividade.

Essa data vai além da celebração do Dia Internacional da Mulher, à medida que marca a luta pelos direitos humanos das mulheres negras no intuito de visibilizá-las, possibilitando assim a discussão de temas relativos à condição das mesmas, apontando para a superação das desigualdades históricas baseadas na opressão de classe, gênero e raça.

Comemorar o dia 25 de julho é assumir o inteiro teor da luta antiracista, unindo as lutas do povo negro às da plataforma feminista para transformar a mentalidade e as práticas discriminatórias, contribuir para a implementação de políticas públicas e oportunizar maior participação e cidadania às mulheres negras.

E Belém não podia ficar de fora dessa grande articulação latino-caribenha em defesa da garantia dos direitos da mulher negra. Será um momento de união de forças entre as diversas organizações de mulheres negras, que juntas, constroem estratégias voltadas para elevar a estima, o orgulho e fortalecer a auto-organização das negras paraenses.

Programação

10:30h – Cabelaço Feminista (ação de rua/Performance no Pátio Belém, concentração em frente ao Shopping).

15:00h às 18:00h – Instituto de Arte do Pará – IAP, Praça Justo Chermont, nº 236 (antigo largo de Nazaré)

Projeção de Filme: “CAROLINA”, de Jeferson Brasil, 2003. 15 min. Brasil. Final dos anos 50. Carolina de Jesus escreve seu diário. Dentro de seu barraco ela denuncia a fome, o preconceito e a miséria. Publicada, torna-se um sucesso editorial, sendo editada em 13 línguas. Apesar do reconhecimento imediato e explosivo, ex-favelada falece pobre. Passadas algumas décadas, as palavras de Carolina continuam a ser uma denúncia contra a miséria em que se encontram milhões de mulheres negras. Com Zezé Motta e Gabrielly de Abreu.

Lançamento da Carta de Incidência Política construída de forma coletiva, pelo CEDENPA.

Lançamento da Campanha da Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB, “Pelo fim da violência contra a Mulher Negra”, a qual nos leva a refletir o modo como se articulam a violência doméstica com o racismo no cotidiano da vida da mulher negra, expressa nos aspectos simbólicos e psicológicos da rejeição e controle de nossos cabelos.

Roda de Conversa – Provocadoras: Grupo de Mulheres Felipa Aranha.

Informações:
Nilde Sousa – 9122-3676 – Articulação de Mulheres Brasileiras / FMAP
Igina -9628 -3237 – Mocambo/FMAP
Maria Luiza – 9207-3933 e 8820-1158 – Cedenpa.

Pin It on Pinterest