Oportunidades pretendem ampliar a qualificação de negros e promover a diversidade racial em diversos setores da sociedade

O Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA pela Eliminação da Discriminação Racial e Étnica (JAPER) iniciou em julho o processo de seleção que concederá 300 bolsas para estudo de língua inglesa via internet, voltado a organizações sociais que atuam no combate ao racismo. Além disso, 300 outras bolsas serão concedidas a americanos que pretendem aprender português. A iniciativa visa ampliar o diálogo internacional entre organizações que lidam com a temática racial no Brasil e nos EUA.

Ministrado pela Rosetta Stone, empresa internacional na área de ensino de idiomas online, o curso de língua inglesa terá duração de um ano e será realizado integralmente pela internet. A partir da doação das licenças virtuais pela Embaixada os Estados Unidos no Brasil, o JAPER disponibiliza a bolsa a candidatos de qualquer região do país, independente do nível de conhecimento da língua inglesa, desde que sejam representantes de organizações como ONG, Oscip, movimentos sociais, organizações sindicais e similares.

Outra ação de ampla repercussão realizada no mês de julho foi o lançamento do programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal. O programa pretende disponibilizar até 75 mil bolsas de estudos no exterior nas áreas exatas e de tecnologia, a fim de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à inovação. De acordo com a Fundação Palmares, a presidente Dilma Rousseff assegurou a reserva de cotas para negros e indígenas como um dos critérios de escolha dos bolsistas do programa.

O anúncio da presidenta Dilma citando cotas teria sido realizado durante a 38ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto. Segundo a Fundação Palmares, a presidente afirmou que ainda não há um percentual exato para cotas.

É possível perceber nos dois programas o reconhecimento de que as ações afirmativas contribuem para a redução das desigualdades sociais e econômicas no país, além de representar um avanço para a população brasileira, formada majoritariamente por afrodescendentes. Apesar do programa Ciência sem Fronteiras não confirmar as informações dadas pela presidenta Dilma sobre as cotas, cabe aos organizadores, a exemplo do JAPER, criar oportunidades que propiciem o intercâmbio entre os afrodescendentes para garantir a diversidade racial no programa, que contará com R$ 3,1 bilhões de investimentos do Governo.

*Com informações da Fundação Cultural Palmares e do site Ciência sem Fronteiras.

De: Fernanda Pestana

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